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Fernando Pessoa - ortónimo.Teste Português - B
I
TEXTO
TOMA-ME, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho. Eu sou um rei
Que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei;
E meu ceptro e coroa, - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços.
Minha cota de malha tão inútil,
Minhas esporas, de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Fernando Pessoa, Poesias
1. Neste poema, o sujeito poético traduz uma certa atitude perante a vida.
1.1. Descreve-a?
1.2. Faz o levantamento dos elementos textuais que melhor revelam essa atitude.
1.3. Identifica o processo estilístico dominante que nos ajuda a entender o drama do sujeito poético.
2. Embora a análise do eu seja fundamental, há no texto uma relação eu/tu.
2.1. Por que razão terá o poeta escolhido como destinatário a "noite eterna"?
3. O acto de poetização realiza-se a nível do significado e a nível do significante.
3.1. Selecciona no poema dois exemplos bem significativos de cada um desses aspectos.
3.1.1. Justifica a escolha.
4. Comprova que o poema se aproxima de uma modalidade poética clássica.
5. Retira do texto alguns elementos característicos da poesia pessoana. Justifica.
II
Fernando Pessoa escreveu: - "O Poeta é um fingidor." "Dizem que finjo ou minto" "Tudo o que escrevo".
Baseando-te em leituras sobre este poeta, elabora um texto de setenta a cem palavras comentando as transcrições acima apresentadas na linha da teoria do fingimento pessoano.