Aula Aberta
segunda-feira, janeiro 09, 2006
  Personagens e acção em Felizmente há luar!


Primeiro Acto de Felizmente Há Luar!

Situação

Gomes Freire encontra-se em sua casa, “para os lados do Rato”

Personagens

Posições atitudes, pensamentos e ideais

O POVO

“O pano de fundo permanente” da peça

Manuel

Rita

Antigo Soldado

Outros populares (anónimos)

Ø Lutam por uma sociedade mais justa e mais livre.

Ø Procuram alguém que os liberte da “protecção” dos ingleses e da tirania da regência.

Ø Consideram que o General é a única pessoa capaz de os libertar da opressão do regime vigente…

Ø Manifestam falta de esperança e desalento.

Ø Temem a repressão.

OS TRAIDORES DO POVO

Vicente

Andrade Corvo

Morais Sarmento

Os dois polícias

Ø Assumem um papel hostil; são hipócritas e não têm escrúpulos.

Ø Denunciam a conjura.

Ø Contribuem para a prisão e posterior execução do General.

A ACÇÃO DE VICENTE

Provocador

Delator (“bufo”)

Espião

Acusador

Ø Procura denegrir o prestígio de Gomes Freire.

Ø Ambicioso, esperando recompensa, denuncia o General a D. Miguel Forjaz.

Ø Vigia a casa do general Freire de Andrade.

Ø Confirma a existência de reuniões e indica o nome dos conspiradores.

O CONSELHO DE REGÊNCIA

D. Miguel Forjaz

Marechal Beresford

Principal de Sousa

Ø Representante da nobreza.

Ø Representante do domínio britânico sobre o nosso país.

Ø Representante da influência da Igreja.

Ø Todos são hostis ao General Gomes Freire: receiam perder o seu statu.

O GENERAL GOMES FREIRE – personagem sempre presente, nas palavras e nos pensamentos de todos (povo, policiais e governadores – por razões diferentes) mas nunca aparece.

Segundo Acto de Felizmente Há Luar!

Situação: Gomes Freire está encarcerado no forte de S. Julião da Barra, no final, depois de esgotadas todas as tentativas para lhe alcançarem o perdão é executado e queimado.

O POVO

Pano de fundo permanente da peça

Manuel

Rita

Antigo Soldado Outros populares

Ø Desanimados, sentem que a luta está perdida e que a situação ainda é pior do que era antes.

Ø Manuel afirma: “Se tínhamos fome e esperança, ficamos só com fome…Se durante uns tempos, acreditámos em nós próprios, voltamos a não acreditar em nada…”

Ø Rita aconselha: “Nunca te metas nestas coisas, Manuel! Haja o que houver, nunca te metas com eles. Prefiro ver-te com fome, a perder-te”.

AS FORÇAS DA ORDEM

Dois Polícias

Ø Assumem o papel de defensores da ordem pública, dispersando o povo: “Então vocês não sabem que estão proibidos os ajuntamentos?”

OS TRAIDORES DO POVO

Vicente

Ø Como recompensa, assume novas funções de chefe de polícia.

Ø Imaginando-se nas suas futuras funções, afirma: “Os degraus da vida são logo esquecidos por quem sobe a escada…”

OS QUE TENTAM SALVAR O GENERAL

Matilde – companheira de todas as horas

Sousa Falcão – inseparável amigo

Frei Diogo

Ø Tentam por todos os meios obter perdão para o general.

Ø Interpelam os Governadores para implorar e exigir o perdão do General.

Ø Revoltam-se contra a injustiça que está a ser cometida.

Ø Matilde, no final, demonstra esperança de que este será o primeiro passo para a alteração futura do regime opressivo.

Ø Permite distinguir as qualidades humanas do General e salva a face da Igreja…

O CONSELHO DE REGÊNCIA

Beresford

D. Miguel Forjaz

Principal de Sousa

Ø Exibem o pior do seu carácter: ambição, prepotência, arrogância e oportunismo, hipocrisia, falta de sentimentos humanos, mediocridade.

Ø São intolerantes e inflexíveis perante os argumentos de Matilde.

Ø Pretendem amedrontar e dominar pelo medo e pelo terror da repressão.

Bibliografia: Moreira, V. e Pimenta H., Dimensão Literária 12.º, Porto Editora;Guerra, J.A.,Vieira J.A. Aula Viva 12.º, Porto Editora.

 
segunda-feira, janeiro 02, 2006
  UMA NOVA CONCEPÇÃO DE TEATRO em Felizmente Há Luar!
Em Felizmente Há Luar! estamos perante um teatro moderno, épico, brechtiano.
O teatro épico, também designado por teatro moderno, inovador e não aristotélico, é uma forma de teatro que surge por volta de 1950 com Bertolt Brecht (1898-1956) e que se opõe, quanto aos fins que pretende atingir, ao teatro clássico, tradicional, de forma dramática ou aristotélico.
Brecht concebeu um teatro didáctico, de crítica social e de intervenção, sendo o efeito de distanciação um dos elementos mais característicos deste tipo de teatro que privilegia a narração e nega qualquer princípio de ilusão. O espectáculo teatral mais não é do que uma simples lição de vida e é como tal que deve ser apreendido quer pelo actor quer pelo espectador. Àquele compete representar a acção e não vivê-la e a este tomar uma posição crítica relativamente ao que se vê e não reagir emocionalmente como acontecia no teatro clássico como acontecia no teatro clássico, abolindo-se a catarse aristotélica. Deste modo, o público deverá estar ligado ao palco pela inteligência e não pela sensibilidade, sendo, contudo, impossível abolir completamente esta última. Então, compete ao dramaturgo atenuá-la mediante um jogo estabelecido entre signos linguísticos e que concretizará o tão desejado efeito de distanciação.
Sttau Monteiro, seguindo o exemplo de Brecht, coloca a luz, o som, os gestos e a palavra ao serviço da distanciação: O público tem de entender, logo de entrada, que tudo o que se vai passar no palco tem um significado preciso. Mais: que os gestos, as palavras e o cenário são apenas elementos duma linguagem a que tem de adaptar-se. (p.15).
Nada no palco deverá iludir, mas consciencializar e despertar o público, por isso os focos de luz e as fontes de música deverão estar bem visíveis aos olhos de um espectador que se pretende activo, produtivo, crítico e reflexivo.

 
  Para o estudo de Felizmente Há Luar

Paralelismo

Paralelismo: passado (1817) – presente da escrita (1960)

Tempo da História - (séc. XIX – 1817)

Tempo da escrita - (séc. XX – 1961)

· Agitação social que levou à revolta liberal de 1820 – conspirações internas

· Revolta contra a presença da Corte no Brasil e influência do exército britânico

· Agitação social dos anos 60 - conspirações internas;

· Principal irrupção da guerra colonial.

· Regime absolutista e tirânico

· Regime ditatorial de Salazar.

· Classes sociais fortemente hierarquizadas.

· Classes dominantes com medo de perder privilégios.

· Povo oprimido e resignado.

· a “miséria, o medo e a ignorância”

· Obscurantismo, mas “felizmente há luar”.

· Maior desigualdade entre abastados e pobres.

· Classes exploradoras, com reforço do seu poder.

· Povo reprimido e explorado.

· Miséria, medo e analfabetismo

· Obscurantismo, mas crença nas mudanças.

· Luta contra a opressão do regime - luta contra o regime totalitário e ditatorial absolutista.

· Manuel, “o mais consciente dos populares”, denuncia a opressão e a miséria.

· Luta contra o regime totalitário e ditatorial.

· Agitação social e política com militares antifascistas a protestarem.

· Perseguições dos agentes de Beresford

· As denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento que, hipócritas e sem escrúpulos, traem Gomes Freire.

· Censura à imprensa.

· Severa repressão dos conspiradores

· Processos sumários e pena de morte

· Execução do General Gomes Freire

· Perseguições da PIDE

· Denúncias dos chamados “bufos”, que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar.

· Censura.

· Prisão e duras medidas de repressão e de tortura.

· Condenação em processos sem provas

· Presença Inglesa (Marechal Beresford).

· Principal de Sousa (representante da Igreja).

· D. Miguel Forjaz.

· General Gomes Freire de Andrade

· Apoio da NATO ao regime salazarista.

· A cumplicidade da Igreja Católica no apoio ao regime Salazarista - Cardeal Cerejeira.

· As oligarquias (as famílias poderosas) que controlavam a economia e o regime.

· Os militares descontentes com o regime de Salazar (Norton de Matos, Humberto Delgado…).



 
Este espaço destina-se a professores e alunos do ensino secundário da disciplina de Português (Língua Portuguesa)da ES da Póvoa de Lanhoso. A intenção é proporcionar um espaço de interacção, e uma outra estratégia para apoiar os alunos.

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