Aula Aberta
quinta-feira, outubro 26, 2006
  Ficha de trabalho - tipologias (protótipos) textuais
O objectivo desta ficha é identificar qual o protótipo textual dominante em cada um dos textos e enunciados que seguidamente se apresentam.


Texto 1

Sopa de coentros
Faz-se um refogado muito brando com 2 cebolas às rodelas, um dente de alho e azeite. Junta-se-lhe um molho de coentros. Acrescenta-se a água necessária e deixa-se ferver 10 minutos. Numa terrina, põe-se pão duro às fatias (de preferência, saloio) e um queijinho fresco pequeno por pessoa. Deita-se o caldo na terrina e serve-se de imediato. Pode também escalfar-se um ovo por pessoa no caldo.
(Instituto- Camões)

R: _________________

Texto 2

In O Público

R: _______________________.


Texto 3

O fado é um dos tradicionais cartões de visita do país. Canção tipicamente portuguesa, as suas origens permanecem obscuras, embora seja indiscutível a sua raiz urbana.Para uma aproximação rápida à história do fado, assim como a algumas figuras e espaços emblemáticos da canção de Lisboa, o sítio Turismo de Lisboa oferece elementos úteis. Para uma introdução igualmente breve, pode consultar-se também o sítio Fado – A Alma de um Povo, elaborado por estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Este sítio dedica igualmente alguma atenção ao acompanhamento instrumental à guitarra.É nos bairros históricos de Lisboa - Alfama, Mouraria e Bairro Alto, sobretudo - que se continuam a calar todas as noites os ruídos das conversas, perante esta frase poderosa: «Silêncio, que se vai cantar o fado». Para conhecer alguns dos locais onde se pode ouvir cantar o fado, o Terreiro do Fado propõe um roteiro que inclui um conjunto de ligações. No coração de Alfama fica um museu que vale a pena visitar, a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa.Ao longo dos anos, foram muitos os nomes que engrossaram os capítulos da história do fado em Portugal.No sítio dedicado a Alfredo Marceneiro podemos ficar a conhecer uma das figuras mais carismáticas do fado e ouvir alguns registos áudio.Em Amália.com, por seu turno, podemos descobrir a figura que até hoje mais profundamente marcou o fado e o seu imaginário: Amália Rodrigues. O Museu do Teatro dedica-lhe também uma página, baseada na exposição patente no próprio museu. Por seu turno, o Centro Virtual Camões propõe uma Caça ao Tesouro em torno da figura de Amália, sugerindo algumas ligações adicionais.
Na última década, uma nova geração tem trazido outro impulso à arte do fado. Mafalda Arnauth, Cristina Branco e Camané são alguns desses artistas que já têm provas dadas. Nos seus próprios sítios na Internet podemos encontrar variada informação sobre as suas biografias, carreiras e discografias. Alguns excertos dos seus discos podem ser escutados, também, na secção Sons Lusófonos do Centro Virtual Camões.

R: _______________.


Texto 4

O Largo dos Lóios
Situado perto do miradouro de Santa Luzia e da porta da Cerca Moura, a caminho do Castelo de São Jorge, o Largo dos Lóios localiza-se numa das zonas históricas de Lisboa, área bastante aprazível e com recantos pitorescos, frequentada pelos lisboetas e por turistas. A origem do nome provém de aqui se ter situado o convento de Santo Eloy. Foi fundado em 1286 pelo décimo bispo de Lisboa, D. Domingos Jardo, e reconstruído em 1442 para albergar a congregação dos Cónegos Regulares de S. João Evangelista. Com o Terramoto de 1775 ficou muito danificado e nunca chegou a ser reedificado na sua totalidade. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas, o Convento dos Lóios foi convertido em quartel da Guarda Municipal de Lisboa (Guarda Nacional Republicana). Neste largo existiu também a Igreja Paroquial de S. Bartolomeu, edificada em 1168, e reedificada em 1707, tendo sido completamente destruída pelo terramoto. Sabe-se que junto das ruínas de ambas (Igreja de S. Bartolomeu e Convento dos Lóios) foram construídas casas para algumas famílias que ficaram desalojadas, como se pode ver nos registos paroquiais. Muitas destas casas perduram ainda hoje. No século XVII era vulgar designar o actual Largo de Santo Lóio, posteriormente também lhe foi atribuído o nome de alto de S. Bartolomeu, e nos finais do século XVIII era conhecida pela rua larga dos Lóios. Em 1804, o Itinerário Lisbonense dá-lhe o nome de Largo dos Lóios. Nas redondezas existiu o Paço de D. Leonor (esposa de D. João II). Do mesmo já nada resta, porém deve-se a sua antiga localização ao historiador Anselmo Braamcamp Freire, cuja investigação o delimitou no extremo do Largo dos Lóios, entre as desaparecidas Rua da Amargura, Rua de Jerusalém e Adro de S. Bartolomeu (actual Rua Bartolomeu de Gusmão). Temos ainda a Rua das Damas que nos leva ao largo do Contador-Mor – no século XVI designado de Terreiro das Casas do Governador – local onde habitaram alguns contadores-mores, um dos quais foi Tristão da Cunha Mendonça e Menezes.
José Campeloin Agenda Cultural da C.M. Lisboa, nº 145, Dez. de 2002

R: _____________________________________.


Texto 5
«A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena reflectia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.»
(http://lportuguesa.malha.net/content/view/27/1/)

R:_____________.



Texto 6: Dois protótipos subjacentes na conversa das personagens do seguinte cartune:

in «Bartoon», Publico , 22/10/06

1. Protótipo considerando a relação entre os interlocutores: _________________

2. Protótipo considerando a intenção dos interlocutores: ___________________



NB. Para qualquer esclarecimento, não se esqueça de deixar a(s) dúvida(s) surgida(s) nos comentários.
 
  Ficha de trabalho

Observa o cartune de Luís Afonso:

1.Encontra nas falas das personagens os seguintes elementos:
1.1. Elementos de referência deíctica:
- pessoal:
- social:
- temporal:
- espacial:

1.2. Universo de referência.
1.3. Contexto situacional.
1.4. Meio.



Soluções:


•1.1. Elementos de referência deíctica:
• - pessoal: 1.ª pessoa (enunciador) - «eu», «minhas», «estou»; 2.ª pessoa (interlocutor/enunciatário)- «patrão», « nem sabes», «conhecias»… Pronomes pessoais, determinantes possessivos e formas verbais da 1.ª e 2.ª pessoas.
• - social: «patrão», «que se passa» (2.ª pessoa de deferência, tratamento formal) ; «hipócrita», «sabes», «conhecias»…- tratamento por «tu» da parte do patrão e tratamento por «você» da parte do funcionário.
• - temporal: presente da enunciação - «sabes», «está», «estou», «é duro»; passado: «conhecias»
• - espacial: trata-se do «aqui», porque é uma comunicação em presença.


•1.2. Universo de referência.
• O escudo, a sua substituição pelo euro, o fim da moeda, a falta de dinheiro do empregado, o muito dinheiro da patrão…

•1.3. Contexto situacional.
•No escritório, numa situação de comunicação sobre o desaparecimento do escudo…
•1.4. Meio.
•Oral, comunicação em presença (co-presença dos interlocutores).
















 
  COMUNICAÇÃO VERBAL




Legenda: A – locutor; B – interlocutor; C – enunciado.

Locutor/enunciador: sujeito produtor do discurso, responsável pela enunciação e, simultaneamente, criado na enunciação. O estatuto de participante no acto verbal é um estatuto designado pelo deíctico EU.

Interlocutor/enunciatário - O interlocutor é, tal como o locutor, um participante da comunicação-interacção. Ao locutor liga-se o interlocutor: aquele a quem se dirige a enunciação e que nela toma parte.

Ouvinte - Aquele que recebe e compreende os enunciados produzidos pelo locutor, mas não é participante directo na interacção verbal.

Universo de referência - Os interventores numa dada interacção verbal referem objectos da realidade extra-linguística constitutivos do contexto situacional particular ao acto de enunciação. Esses objectos pertencem a um contexto geral onde estabelecem com outras componentes relações específicas. Esse contexto geral em que se insere o conjunto de entidades, processos, qualidades referenciadas num acto enunciativo é designado por universo de referência.

Na imagem: casa – espaço onde moramos… São referentes os objectos que estão para além das palavras, e a que as palavras nos remetem.

Os nomes são as palavras que melhor traduzem o universo de referência, porque nos remetem para o mundo concreto e real.

Contexto situacional - É pelo conhecimento do contexto situacional que é possível apurar o sentido do enunciado, pela:

- determinação do referente dos deícticos;

- determinação da referenciação dos elementos de ordem simbólica;

- determinação da natureza do acto ilocutório (de fala e sua intencionalidade);

- pertinência do valor informativo do enunciado;

- fenómenos de implicitação (ler nas entrelinhas).

Contexto verbal - Ambiente estritamente linguístico de um elemento (palavra, ou elemento fónico) dentro doenunciado. Qualquer produção discursiva está inserida em e é constitutiva de um continuum de comunicação verbal, conjunto alargado de outros enunciados, e reflecte essa inserção. Remete para palavras, frases, parágrafos em que se inclui um determinado acto discursivo.

Ex. Se alguém disser «Concordo», isso implica que alguém fez uma afirmação anterior que era objecto de comentário.

Saber compartilhado - Conjunto de saberes, conhecimentos, crenças, valores, sistemas de representação/avaliação do mundo, memória de discursos produzidos que o locutor dá como partilhado pelo alocutário num acto concreto de interacção discursiva. A inexistência dum saber compartilhada leva à ausência de comunicação.

Meio

Oral: implica uma maior proximidade, é a comunicação em presença, poderá prescindir de qualquer suporte para além da co-presença dos interlocutores e a sua competência comunicativa. As novas tecnologias possibilitaram que o oral ultrapassasse a situação de «em presença».

Escrito: Em virtude deste suporte, a comunicação escrita é uma comunicação diferida, pressupõe um distanciamento no tempo (desde o mínimo intervalo de tempo, necessário à redacção, até a um distanciamento de milénios) e no espaço, entre destinador e destinatário da escrita.

ENUNCIAÇÃO

Enunciação - evento histórico correspondente à actividade conjunta de activação discursiva levada a cabo por aquele que fala, no momento em que fala, e por aquele que ouve. A enunciação é o momento de actualização da língua em discurso. A ela preside um conjunto de factores e actos que provocam a produção de um enunciado.

Enunciado/discurso - é o resultado de uma enunciação particular, de dimensões variáveis.

O sentido do enunciado não é dedutível do significado da frase; ele não é o resultado da soma do significado da frase mais um conjunto de factores contextuais; antes corresponde a uma representação da sua enunciação.

Coordenadas enunciativas - A partir do momento em que se dá a enunciação, instaura-se um campo de referenciação estabelecido em torno do locutor e interlocutor.

A própria pessoa do sujeito que fala é o marco de referenciação linguística, pois que é a partir dele que se torna possível a identificação/localização de objectos e entidades num interior da esfera espacial e temporal da enunciação.

Diz-se então que o sujeito falante está no centro de um conjunto de elementos que determinam a vinculação da enunciação aos participantes na comunicação, ao tempo da enunciação e ao espaço da enunciação. Esses elementos, denotados pelos deícticos, são as coordenadas enunciativas.

Dêixis - A rede de referenciação instituída pelos deícticos tem como ponto primordial de cálculo o próprio sujeito que fala, no momento em que fala. "Eu" é aquele que diz "Eu" no momento em que o está a dizer. É esta a coordenada que gera todas as outras. "Tu" aquele a quem "eu" me dirijo; "agora", no momento em que "eu" falo"; "aqui", no espaço em que falo; "isto" objecto próximo de mim, que falo; "estudei", "estudo", estudarei" num intervalo de tempo anterior/ simultâneo/ posterior a este momento em que estou a falar; "assim", da maneira que "eu" e "tu" estamos a ver/ouvir.

Estes signos assinalam o sujeito que enuncia, o sujeito a quem se dirige a enunciação, o tempo e o espaço da enunciação; apontam para objectos, entidades, processos constitutivos do contexto situacional; determinam ainda a referenciação de todos os signos actualizados no discurso.

Têm referenciação deíctica: os pronomes pessoais, pronomes e determinantes possessivos, demonstrativos, artigos, advérbios de lugar e tempo, os tempos verbais e ainda alguns lexemas ("ir"/"vir"; "chegar"/"partir", etc).


 
Este espaço destina-se a professores e alunos do ensino secundário da disciplina de Português (Língua Portuguesa)da ES da Póvoa de Lanhoso. A intenção é proporcionar um espaço de interacção, e uma outra estratégia para apoiar os alunos.

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